segunda-feira, 19 de novembro de 2012

SEM TÍTULO

Ele há dias assim,
afogo por dentro em palavras que teimam em não sair
os pensamentos correm a mil à hora
o coração bate porque sim...
e nada bate certo!
Nem o ritmo, nem o silêncio!
Até a lua veio hoje enfeitar um céu  já estrelado!
mas onde estão essas nuvens,
se me sinto como num dia de chuva anunciada?
Nada bate certo!
E numa última tentativa
a música corre....mas nem ela fala por mim!
As palavras que saem
não têm cadência
nem dizem o que quero e
muito menos o que sinto!
Desisto!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Noites de raivas perdidas

Gosto de chá,
gosto de canela,
gosto de chá com canela
gosto de mim, na solidão dos dias
odeio me na solidão das noites..
e de repente aquela música entoa no fundo da minha cabeça
"gritos mudos chamando à atenção... oohohoho" !
um eco do que fui
acompanha me hoje
amanhã não sei quem serei
que réstia de mim ficará!
A vida corre demasiado depressa
e demasiado devagar
e tudo me entristece
tudo me enoja até!

Corro as fotos
mil sorrisos
alegrias fotografadas,
e tudo somado
um grande nada
tudo o que não interessa ali está postado
em enormes sorrisos enganadores
em tentivas de fixar momentos
guardar o que se pensou serem momentos de uma vida feliz!
Mas é mentira!
nestas noites em que o pior de mim me acompanha
eu sei o que sou
nem feliz nem infeliz
sou apenas uma réstia do que queria ter sido
Tantos sonhos por terra, tantos planos gorados
tanta batalha, tantas perdas...
em noites como esta não vejo os ganhos
não vejo o porquê
ou mesmo a pertinência da vida...
tanta foto, momentos captados
e apetece me gritar ao mundo
mas ninguém me ouve...
na verdade,
todos temos os nossos gritos mudos
em noites traiçoeiras
e portanto, porque me ouviriam a mim,
quando nem sequer me veem?

CFV


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

TEMPO

Mais um fim de semana,
o tempo passa
mas nem por isso se apressa!
Segue o seu curso
sem se apoquentar,
sozinho...
sem se lembrar que
quem está longe
só pensa no tempo...

E ele que não passa!
o tempo vagaroso,
precioso,
caprichoso,
odioso até...

O tempo
com tanto tempo
sem pressas,
sem amarras
preso somente a ele próprio...

...como se não houvesse saudades...

...saudades...
que precisam de se afagar
num abraço apertado...

ai tempo,
não terás tu um olhar perdido
que precisa de se encontrar?
não terás tu um porto de abrigo
a que precisas de chegar?

Leva -me contigo
para não sentir esse
vagar,
esse lento passar!
Envolve me em ti
e talvez eu esqueça
e adormeça
na saudade...
no abraço que tarda,
no olhar que se acha !

Depois
tudo passa
fica apenas
um sonho apressado
uma noite sem tempo
de saudades imaginadas
de desejos inventados !

CFV




Aperto

Do nada E em tudo Sentes o fim de um tempo E o futuro no presente... O que virá? Quando e como será? Fica ali aquele nó na garganta Um burbu...