segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Desengano vestido de ilusão

O engano vira de mansinho
a cada curva
e contigo
acelera a fundo
nas retas que pensavas serem a tua vida
desenha-te na alma
linhas feitas de cicatrizes
que essa sim é a vida
que te calhou
mas decidiste esquecer
e nesse momento
o engano voltou...
agora é sempre em frente
prego a fundo
nessa linha que desenha a tua vida
feita de erros
crenças desacreditadas
esperanças desmotivadas
e medos...

O engano sorri para ti
no olhar de quem tinhas como certo
abraça-te no escuro da noite
num suspiro perdido
quando tu não não estavas a ver!
Sorrias de volta
perdida no encanto
que não vias disfarçado
de mentira!

É só isso que é certo
para ti,
sobrevivente
de fins de tardes ardente
para te aguentares nas noites de solidão!

Nada será em vão...
Lá...
No fim espera-te a razão!

CFV



sábado, 23 de janeiro de 2016

Portas Entreabertas

Assim é,
afoga-se por dentro
e respira-se por fora
num sorriso trabalhado
a doer
numa alma cansada
mas que espelha
o que os outros precisam de ver!

Assim é,
mantém-se a ordem
no mundo dos outros
que nos olham com olhos lassos
sem tocar, sequer, a pele
quanto mais o âmago que
nos desmorona,
um pouco mais...e mais
num mundo cada vez mais só e nosso,
dia após dia
numa viagem que não pára
com bilhete só de ida!

Assim é,
tudo no seu devido lugar
num mundo de fachadas
e de portas entreabertas
espreita-se só
sem olhar para dentro
numa curiosidade segura
sem se cair no escuro dos outros
as portas não se escancaram
mas também não são fechadas!
Assim seja!!

CFV

domingo, 3 de janeiro de 2016

Aos que partem regressados



Estrada de constantes
idas e vindas
construída por entre lágrimas escondidas 
e braços partidos...
Pois que se quebram a cada abraço de despedida!!
Estrada maldita
só bendita pela crença inevitável
de que o tempo vai passar...
e ser nesta contradição
de um vagar rápido
de um lento desapego,
o lado de lá sempre cá
e sempre connosco
as memórias que nos enchem de esperança
só fixada no REGRESSO!!!
Essa palavra que é a fé
Que carregamos na distância,
A vontade de que tudo pare por lá
E que por lá tudo nos espere,
Pra, mais tarde, podermos resgatar essas memórias
que são cada vez mais
a nossa história
partida e regressada
nesta estrada sem fim à vista,
que nos lembra tudo o que não pudemos viver, ver, rir, amar
e nos devolve
a certeza de um anunciado voltar!!
CFV

Aperto

Do nada E em tudo Sentes o fim de um tempo E o futuro no presente... O que virá? Quando e como será? Fica ali aquele nó na garganta Um burbu...