entre o cá e o lá,
o coração bate incerto
entre a saudade e a ansiedade,
no fim de um tempo
E sempre, sempre
esta espera
este medo
o voltar
o ir
para cá ou para lá!
Dividida
partida
vivida
em mil alegrias
doída
perdida
vencida
mil vezes mil,
nesta saudade
sempre agarrada à ansiedade...
O que virá?
Como será?
Voltará o mar?
Que esta alma já ganhou guelras
não respira
sem o ouvir bater nas rochas
numa corrida tempestuosa
entre ventos e marés...
Que este olhar
já ganhou um novo horizonte,
já só vive procurando tempestades
para entardecer soalheiro,
entre mil cores e mil cheiros
trazidos por ventos viajados,
desde longínquos marinheiros
às mil e uma noites traiçoeiras
e aos mil cantos perdidos e achados...
E chega, assim, cheio de mundo
para nos embalar nessas lonjuras
conhecidas e desconhecidas
de vidas idas
sem tamanho...
e traz-nos à lembrança
esta saudade ansiosa
do que está lá,
e do que está cá!
CFV
