segunda-feira, 20 de junho de 2016

Marés

Num tempo que se entremeia 
entre o cá e o lá,
o coração bate incerto
entre a saudade e a ansiedade,
no fim de um tempo
que inicia um outro...

E sempre, sempre
esta espera
este medo
o voltar
o ir
para cá ou para lá!

Dividida 
partida
vivida
em mil alegrias
doída
perdida
vencida
mil vezes mil,
nesta saudade
sempre agarrada à  ansiedade...

O que virá?
Como será?
Voltará o mar?

Que esta alma já ganhou guelras
não respira 
sem o ouvir bater nas rochas
numa corrida tempestuosa
entre ventos e marés...

Que este olhar 
já ganhou um novo horizonte,
já só vive procurando tempestades 
para entardecer soalheiro,
entre mil cores e mil cheiros
trazidos por ventos viajados,
desde longínquos marinheiros
às mil e uma noites traiçoeiras
e aos mil cantos perdidos e achados...

E chega, assim, cheio de mundo
para nos embalar nessas lonjuras 
conhecidas e desconhecidas
de vidas idas
sem tamanho...
e traz-nos à lembrança
esta saudade ansiosa
do que está lá,
e do que está cá!


CFV


Aperto

Do nada E em tudo Sentes o fim de um tempo E o futuro no presente... O que virá? Quando e como será? Fica ali aquele nó na garganta Um burbu...