Agarrou-me este medo!!!....
Tem o tamanho do mundo
e cheira a futuro
tão incerto, tão escuro
que só eu sei!
Tornei-me um pedaço do que fui
restou o corpo inerte
invólucro vazio...
Deixei-me por aí
entre desejos e dúvidas
entre ser qualquer coisa
e o, querer sem saber, ser eu...
Fiquei por aí
perdida
numa esquina sozinha
escura e húmida...
bafejamos como se fossemos uma
batemos em uníssono
estes
medos
que se apoderaram
e por aqui ficaram!
Já não sei se, o que por ali ficou,
sou eu ou apenas a escuridão
o bater de dentes
o medo tremendo
ou a esquina na calada da noite
esperando
morrendo
sucumbindo
e abraçando
na morte
quem passa
distribuindo o desespero
partilhando o medo
deixando para trás
cada sopro de vida!
Ganhou a noite sozinha
o mundo destruído
as almas fugiram
perderam-se a cada esquina
que sucumbiu
à escuridão que abraçou o dia!