terça-feira, 14 de novembro de 2017

Deixei de existir...

Deixei de existir...
um dia a música
não me fez tremer
o que me habitava
parecia crescido
a cabeça já não sonhava
o coração estava conformado...

Morri...
nesse dia fatídico
em que me tornei adulta
em que escrever
era impossível
e ler já não fazia sentir
aquela sede constante
a procura imutante
pelo não sei o quê
tinham desaparecido...

Perdi a meninice?
E os sonhos que nunca iria realizar?
E a vontade de criar
um mundo impossível?
E a esperança utópica de nunca deixar morrer
esta alma sem que ficasse quieta?

Se ela sempre teimou
sempre se recusou....
era alma para nunca aprender, para nunca crescer...

E eu já tinha sabido
como viver assim
com as perguntas sem respostas
eu conhecia -me
incerta e crente
inconstante e incorreta
imaginava-me
num para sempre inquietante
própria de menina-mulher...

Agora,
eu  não sou mais eu
perdi-me
e as mil almas em mim
parecem ter criado
uma só,
pragmática e chata!

CFV






Aperto

Do nada E em tudo Sentes o fim de um tempo E o futuro no presente... O que virá? Quando e como será? Fica ali aquele nó na garganta Um burbu...