quarta-feira, 4 de abril de 2018

Terra Queimada

O verão trouxe o costume:
Ânsias dos fins de tarde
Em mesas redondas
De conversas a rodos
Com rodadas a fio...
Como se tudo estivesse
no lugar
Certo e concreto
Imenso e infindável!!

Mas este último verão
Avançou por outra estação...
E trouxe a terra queimada
E inundou o ar com os gritos
De quem ficava sem nada
De quem perdia a alma
A essência e o sustento...

Já foi lá trás...
Acabou o verão em pleno outono,
Chegou o inverno mais sedento que um deserto
E ainda sem se ter saciado
apareceu a primavera
Promissora como só ela é,
Mas agora,
Também ela traz este aperto no peito:
Estrada afora
A terra e as arvores ainda são carvão
Um cemitério
Onde até os arbustos
Desistiram de tentar
E a chuva que cai
Parece não chegar
Para sarar esta ferida aberta...

Quantas vezes mais
Serão precisas para fazer naturalmente
a coisa certa!?

CFV

Aperto

Do nada E em tudo Sentes o fim de um tempo E o futuro no presente... O que virá? Quando e como será? Fica ali aquele nó na garganta Um burbu...