sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Para sempre

Afinal
Eu não sabia
O que era distância
O que era saudade
Eu não sabia nada
Afinal
Da dor ou
O que era ausência
Nem sequer sabia
O que queria dizer
Para sempre...
Até tu partires...
Com tanta pressa
Que até aí
Eu nem sabia que era o tempo
Caprichoso e valioso!
Afinal
Pouco ou nada sabia
Do amor incondicional
Que fica
Mesmo na dor
Na ausência
Na saudade
Num novo significado
Para sempre!

CFV

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Vazio incomensurável

Partiste ...
No fim de uma gélida manhã,
Estavamos em janeiro...
partiste...
e o mundo ficou
Tão mais frio
Tão mais feio!
E durante dias a fio
O ar ficou denso
Difícil de respirar!

Partiste e deixaste esta dor,
difícil de suportar!
Fiquei de coração
Partido...
Cheio,
De um novo vazio...
incomensurável!

Assisti à tua caminhada final
Sem que a imaginasse...
de perto, de longe, de perto
sempre presente...
foste ficando mais distante
foste -te entregando
à tua fé
e de uma vontade corajosa de viver
e de uma esperança tão tua
foste aceitando a tua partida...
eu via,
eu sofria
eu não queria...
Mas nada podia!

Restou em mim este novo vazio
Um sobressalto constante
Sou sem ti, incompleta...
Ainda não há palavras suficientes
Para descrever a dor da tua ausência!

Eu sei,
(Que eu sinto-te!)
A tua Força está em mim
A tua Luz,
Eu sei,
Está sempre presente
Mas ainda é a escuridão
Que toma conta dos meus dias
Como um véu...
Passou a ser tão difícil olhar
Em frente,
Assusta muito
O que pode estar
Do lado de lá!
É este medo novo
Que sinto a cada suspiro...
E não sei como continua
A bater no meu peito
Um coração
Pois se vivo num limbo
Sem  sentido
Sem sentir
Num turbilhão!

Ah, se soubesses
Como me falta
A tua gargalhada
O teu sorriso
O teu abraço!
Faltas me tanto!
Faltas me em tudo!

E quando penso que vou voltar
Como sempre
Para ti, meu lar...
Mas que não vais estar...
Apetece- me gritar
Tanto, tanto,
Até ficar sem voz...
Mas fica preso
Entre lágrimas
E sai mudo
Este lamento!

Faltou-nos tempo, Mãe...
Agora faltas tu e já não podemos ser Nós...
Eu sei, nunca seria suficiente!
Só que agora o tempo deixou de ter sentido
E tornou- se o meu maior inimigo!

CFV

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Infinitamente... Como o nosso Amor ... Mãe

Fui tua e tu minha...Mãe!
Foram 38 anos 11 meses e 20 dias...
Mas precisava de ti até morrer...
Sei que não podia ser
Mas queria te cá
Mesmo na distância
Que tão bem sabias encurtar
Ouvir- te
Com orgulho de seres tu a minha Mãe
Ouvir-te sorrir só no teu olá
Ouvir-te a ti e à tua ligeira gargalhada
Nos teus preciosos parabéns!
Queria te cá
Para mais um aniversário
e outro e outro e outro....
Sei que não serias eterna
Mas como deixar- te ir
Como ver -te partir?
É Amor de Mãe e filha
Não tenho outro igual
Ainda não aprendi a ser sem ti!

No fim destes 38
Há este novo silêncio... ensurdecedor!
Sei que estás comigo
Sinto- o a cada noite que adormeço
Partida...
Banhada em lágrimas
Vazia
Ou
Submersa num mar...
...saudade...
Sei-te comigo
A cada sobressalto
que me acorda
E me leva
Imediatamente a ti!
Sinto-te comigo
A cada hora do dia
Numa memória
De agora ou mais antiga
Que traz a tua alegria
Num gesto que seria o teu
No sorriso de quem te queria bem
Na solidariedade
Que tão claramente
Semeaste nos outros
E nos outros
Ensinaste
E em cada um deixaste plantado
Um pedaço de ti
Um pouco aqui e ali
Desse tão teu
amor incondicional!
Sei que estás comigo
Encontro-te
como nunca
E ironicamente
Na tua fé
Que me chega
Lentamente...
E a cada dia
Essa tua força
Essa tua coragem
Essa tua vontade
De viver plenamente
Como bálsamo
Para as minhas dúvidas
Para a minha revolta!

Sinto-me contigo
Quando me intuiste
A cuidar do teu jardim
De flores
De gente
Da família
Que rego para ti!

No início destes 39 penso
Nos teus (a)braços,
Na tua voz reconfortante
No teu infinito amor,
Que senti até me despedir!

Queria te cá, Mãe
Era mais um aniversário
E outro e outro e outro...
Infinitamente...
Como o nosso Amor ...

CFV

Aperto

Do nada E em tudo Sentes o fim de um tempo E o futuro no presente... O que virá? Quando e como será? Fica ali aquele nó na garganta Um burbu...