quando o sabia
o mais difícil
foi o choro alto de um homem inquebrável
o mais difícil
foi o choro alto de um homem inquebrável
partido,
de mãos na face
de mãos na face
perdido...
Nada te prepara para ver um Pai
quebrado à mesa
Nada te prepara para ver um Pai
quebrado à mesa
sem conseguir digerir o que mais temia(mos)
a engolir aos soluços o que lhe restava da vida...
E perceber ali mesmo que ela sem ti não faria (e não faz) sentido...
Esse momento perdura na minha memória
contrai -me a garganta
num soluço baixinho
que sai das entranhas
em nós que não se desfazem...
E perceber ali mesmo que ela sem ti não faria (e não faz) sentido...
Esse momento perdura na minha memória
contrai -me a garganta
num soluço baixinho
que sai das entranhas
em nós que não se desfazem...
No choro do Pai
senti o tamanho da nossa dor
que não mais terminaria!
Nas mãos trémulas que lhe cobriam o rosto
como que o seguravam,
senti o peso do mundo...
um mundo que desabava
que se transformava
senti o peso do mundo...
um mundo que desabava
que se transformava
e o tudo era então um nada
cheio de vazio...
Tão visível
na sua cara transfigurada!
Tão visível
na sua cara transfigurada!
Senti as pernas bambas
fracas por ti,
bambas por não saber como o tirar dali!
O meu coração parou de bater
e o mundo passou a ser só uma sombra
estático em que tudo passou
em que tudo deixou de importar
em que tudo acabou...
As nossas vidas eram, então, um lugar oco
a passar bem à frente dos nossos olhos
marejados da Saudade
que nunca mais nos ia largar,
que corria e discorria, sem parar...
que corria e discorria, sem parar...
E se houve abraço que doeu
foi ali
naquele momento
quando o abracei por ti!!
E entre os nossos braços
entre as nossas lágrimas
sabíamos que nunca mais
seria o mesmo sem o teu regaço!
E entre os nossos braços
entre as nossas lágrimas
sabíamos que nunca mais
seria o mesmo sem o teu regaço!
Essa memória
que me assombra
quando menos espero
traz- me esta certeza,
a única que se fez
concreta e definida:
contigo
foi parte da nossa história!
Sem ti
foi-se a feliz memória...
Algo se se desfez...
O aqui e o agora
É um continuo
mecânico...
Entre gestos
Que caem vazios
Num tudo que se fez num nada sem sentido!
Algo se se desfez...
O aqui e o agora
É um continuo
mecânico...
Entre gestos
Que caem vazios
Num tudo que se fez num nada sem sentido!
CFV
