sábado, 24 de dezembro de 2022

Dezembro...outra vez

O tempo, caprichoso

passa sem se importar

Mais rápido que nunca... 

Sinto- o nos dias que seguem em catadupa

Nos dias mecanizados:

Eles passam e não marcam... Escapam! 

E mais, muito mais, 

Nesta tua ausência  

Agora, estás mais presente! 

É uma ausência que se divide

Dentro do que fui antes de teres partido

e do que restou depois de ti! 

É Dezembro...outra vez... 

As luzes, o frio, a manta quentinha

E como sempre

O natal a chegar...  

Sem ti, quando era teu! 

A minha mente voa 

Numa tentativa de evasão

Mecanizando os dias deste tempo que 

Se tornaram num inverno gelado e permanente

Numa dor imutável

Constante...

Cumpro as tradições

Partilho sorrisos 

E brindo à magia de época... 

Mas só eu sei

O quanto custa

O quanto tudo isso me é arrancado à força...

Nas memórias deste tempo tão teu

Mantenho te viva

Na tradição que eras tu

Mereces que o faça

A saudade é maior porque 

Estás em todo o lado

E em contradição

Mantenho te nesta dor. . . 

É mais um dezembro sem ti

É mais um natal sem ti

Quando estás tão dentro de mim! 


CFV

segunda-feira, 18 de abril de 2022

noites escuras

Em tempos de renovação
De primavera
De ressureição
A morte espreitou
E com ela 
Trouxe a sua dor...
Renasceu 
Espetou a sua faca
E revolveu entranhas
Soltou lágrimas 
Que correm
Sangue abaixo
Num temor familiar!... 

Numa época de flores
Muitas jazem
Em campos de mármore
Em quadrados de pedra!... 

Em tempos de reencontros
De visitas
De abraços
Falta (sempre) um de nós!
A falta que faz
O teu par de braços
O mais belo dos sorrisos
O melhor dos encontros
O mais genuíno de nós!... 

Em tempos de luz
O sol acalenta 
a pele regojiza
Mas cá dentro
Num canto profundo do coração
Bem lá no fundo
Apesar da luz e do calor destes dias
Mantém - se escuro
E sofre de inesperados calafrios
E permanece só.... 

Esse canto fundo
Aparece melodioso
Inesperado
Numa canção de embalar
Num ténue sofucar
Num escurecer devagarinho
A contestar 
Todas as certezas do mundo
A relembrar
Que no mais claro dos dias
Cabe a maior escuridão
E que noite fora
Se pode sonhar clarinho, clarinho... 
Que no dia mais radiante
A dor aparece
E do nada
O dia é noite
Um breu... 
Resta -nos crer
Que por mais escura 
Que por mais Fria
Que por mais dolorida
que seja a noite das nossas vidas
Haverá sempre um raio de luz
Que nos guia
Um raio de sol
Que nos arranca pra vida
Que nos ilumina
Que nos acalenta
Para mais um dia! 

CFV



sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

O tempo, se passa, não o sinto

 Já não sei falar
a minha voz calou a caneta que me discorria ...
já não sei escrever
a minha caneta calou o grito que me descobria..
Só sei o que é a saudade...de Ti

Não a posso silenciar!
só sei o que é a dor
de não estares comigo...

Não a posso apagar!
Então só sei falar
de Ti!

Mas sem falar contigo...
Não sei falar contigo!
Nem em voz alta nem em surdina!...
(De coração, Perdoa-me!!)
Visito-te na minha memória
percorres- me
a toda a hora
mantenho-te viva
nas tuas e minhas rotinas!...

Só ainda não aprendi
Ainda não sei como falar
para Ti
como te transformar numa oração...
(De coração, Perdoa-me!!)

O tempo, se passa, não o sinto
porque dói hoje como ontem...
O tempo, se passou, ainda não me ensinou
como viver sem Ti...
A vida corre num limbo
onde pouco ou nada mudou!

CFV

Aperto

Do nada E em tudo Sentes o fim de um tempo E o futuro no presente... O que virá? Quando e como será? Fica ali aquele nó na garganta Um burbu...