segunda-feira, 18 de abril de 2022

noites escuras

Em tempos de renovação
De primavera
De ressureição
A morte espreitou
E com ela 
Trouxe a sua dor...
Renasceu 
Espetou a sua faca
E revolveu entranhas
Soltou lágrimas 
Que correm
Sangue abaixo
Num temor familiar!... 

Numa época de flores
Muitas jazem
Em campos de mármore
Em quadrados de pedra!... 

Em tempos de reencontros
De visitas
De abraços
Falta (sempre) um de nós!
A falta que faz
O teu par de braços
O mais belo dos sorrisos
O melhor dos encontros
O mais genuíno de nós!... 

Em tempos de luz
O sol acalenta 
a pele regojiza
Mas cá dentro
Num canto profundo do coração
Bem lá no fundo
Apesar da luz e do calor destes dias
Mantém - se escuro
E sofre de inesperados calafrios
E permanece só.... 

Esse canto fundo
Aparece melodioso
Inesperado
Numa canção de embalar
Num ténue sofucar
Num escurecer devagarinho
A contestar 
Todas as certezas do mundo
A relembrar
Que no mais claro dos dias
Cabe a maior escuridão
E que noite fora
Se pode sonhar clarinho, clarinho... 
Que no dia mais radiante
A dor aparece
E do nada
O dia é noite
Um breu... 
Resta -nos crer
Que por mais escura 
Que por mais Fria
Que por mais dolorida
que seja a noite das nossas vidas
Haverá sempre um raio de luz
Que nos guia
Um raio de sol
Que nos arranca pra vida
Que nos ilumina
Que nos acalenta
Para mais um dia! 

CFV



Aperto

Do nada E em tudo Sentes o fim de um tempo E o futuro no presente... O que virá? Quando e como será? Fica ali aquele nó na garganta Um burbu...