E quando o impossível é tangível?
Quando o inominável é verbo
E o inenarrável é grito?
Quando o silêncio se veste
O impossível acontece!
Espreita pela noite mais negra, negra, negra
tao negra
Que as cores dos dias
Se dissipam (se existem, não as sinto)!
As palavras desistem
prendem na garganta
Que soluça o grito
Que treme e balança
Uma nova DOR!
Que não sai
Que fica como que
Agarrada à pele
Às voltas nas entranhas...
Num torpor...
Que lateja dos pés à cabeça!
E o ar que não entra?
Não o suficiente!
- inspira! - expira! - respira!
Os olhos já não têm mais lágrimas
O peito é fogueira
Nada mais ali cabe
E tudo ali arde!
Encolhe, encolhe e dói ...
Cresce, cresce e dói ...
- Fecha os olhos!
- Abre os olhos!
-Não passou de um sonho mau!
Mas a noite mais negra,
Tão negra,
Continua ali
À espreita
Daquele jeito...
Que veio para ficar
Que veio para assombrar!
O mundo rodopia
Mesmo sem ar
E o Impossível respira
Até nos sufocar!
E o Indizível
É agora nome que se fez verbo
Finaliza histórias
(Ainda com tanto
por contar...)
E inicia o capítulo das memórias!
CFV
