quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Consequências

Neste turbilhão que sempre foi a vida
houve momentos como este...
uma indefinição que aperta
que corta por dentro,
nos consome até às entranhas!
É duro o caminho da vida
sempre com joguinhos
a confundir-nos
a atirar -nos os medos e as dúvidas
bem à frente de cada passo!
E cada passo se torna mais curto,
mais pesado, mais inseguro!
E cada olhar em frente
vê com crescente receio
um nevoeiro que se aproxima
a cada passada fica mais perto, mais escuro
até que tropeçamos...
e zás!
mesmo em cima de sentimentos que queriamos ter esquecido!
caímos em cima do medo, do passado que não queremos mais...
já por ali passámos uma e outra vez..
já tropeçámos uma vez atrás da outra
já caímos tantas vezes que o corpo pede que simplesmente desista...

"PARA! Deixa te ficar... "

e só o peso deste pensamento ata-te as mãos e os pés
amordaça- te  e nem gritar consegues...
De repente,
um sentimento vivido demasiadas vezes
um pensamento repetido
e ficas preso no meio da escuridão
quieto e mudo numa imensidão...
Queres mas não consegues!
Vais desaparecendo aos poucos
no meio daquele vazio
que se tornou o teu caminho
vais -te anulando
para não sentires mais
para não tropeçares mais
para nunca mais caires
e vais- te esquecendo
vais -te deixando estar..
e o tempo que não para
a vida que não fica à tua espera
passa-te ao lado...
quer - te de volta e tu já não sabes como voltar!

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

DESCOBRI



Se não sabemos quem somos, como podemos ter certezas?

Cheguei ao ponto de não saber se o que sinto é uma mentira, se o que defendo e penso é só uma coisa do momento e que logo a seguir vou pensar diferente!
Acho que isso se deve ao facto de já me ter enganado muitas vezes acerca de muitas coisas na vida...
Tenho sempre a sensação  de que estou errada, que não é nada daquilo, que com certeza é uma ilusão minha, da minha cabeça, do meu coração!
Acho que é a fase um: estou a ficar maluca! :)
Eu que sempre fui de certezas, muitas quase inabaláveis...e a vida mostrou me que nada sei!
E agora?
Eu sempre fui insegura, é certo, mas nunca como agora! É como se eu me tivesse tornado uma pessoa pouco confiável e ter de viver com essa pessoa todos os dias, porque não posso fugir dela, afastar-me simplesmente...pois claro, se sou eu...
Também sei que todos as rejeições ao longo do meu caminho é que me deixaram assim: se as pessoas que se envolveram comigo não gostaram de mim o suficiente para ficar, então quem sou eu?
Tenho a plena consciência de que não vou aguentar mais rejeições, que isso me atirará para um buraco tão escuro que não vou consegui sair de lá!
E, na verdade, concluo, tristemente, que só queria alguém que me amasse, que sou igualzinha a milhões de pessoas... Mas eu? logo eu? Que sempre quis precisar só de mim! É mais um revés que vida me dá!
Sim, vejo uma relação como uma dependência que criamos pela necessidade de nos sentirmos amados, cuidados...mas devia ser suficiente sentirmos que somos capazes disso, em nós mesmos, por nós mesmos!
Gosto muito mais de mim sozinha! Mas, em todo o caso, é como se não conseguisse fugir disso!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Há dias em que detesto o mundo, simplesmente..
e começa assim:
um burburinho crescente
vem do fundo do meu ser, das minhas entranhas
borboletas no estômago
lágrimas que querem correr por mim abaixo
e um enjoo
cheia,
farta..
as borboletas parecem enxames,
picadas... e contorço-me porque....
depois já detesto o que sinto
já só quero fugir de mim
porque me odeio

quero reinventar-me,
ser outra, despir esta pele, lavar a alma
renascer...
mas não sei como...

É tanta a escuridão,
um vazio completo
cheio de dúvidas e medos...

E sei o que há em mim agora
estilhaços, recantos, fantasmas vivos
perdas que não se transformaram em ganhos!

Sei o que há em mim sempre...
porque nunca me encontrei!

Sei que já nasci errada
nunca pertenci a lado algum
a ninguém,
muito menos a mim mesma...
cresci sem saber quem sou
cresci sem crescer
e agora sei o que há em mim
vidros que piso a cada passo
uma luz apagada que me guia
a escuridão,
a dor...

Quero sair daqui
deste redemoinho de pensamentos
de sentidos estranhos
de ecos ensurdecedores...
irreais sentimentos
que cortam o ar que respiro...
quero desaparecer
deste infindável lamento...
dar a volta
descobrir-me!

Mas não sei como
nunca saberei,
porque o tempo nunca parou para mim
porque o tempo sempre me odiou
e nunca me disse:
"Para onde vais?
Não vás por aí..."

Ou se disse,
não ouvi
e fui, segui...

E agora sei bem que sempre houve em mim
um tempo inútil
perdido
uma escada sem fim
e no fim de tudo
um destino por cumprir..

Nunca lá chegarei!

hei-de partir como vim
errada
enjoada
estilhaçada...

hei-de partir
por descobrir...

CFV



sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

bad feelings

Se é bom?  É...
sentimo-nos vivos? Sim...

Acordamos com pele de galinha
porque antes de nos lembrarmos
já sonhámos
o coração inquieto, aos pulos
os olhos que insistem em sorrir
e as mãos...
essas experimentam o frio e o quente
o desejo tansformado em realização ...
circula por elas, uma corrente de emoções
que nos fazem duvidar  tanto...
e de repente ficam enxangues,
o corpo treme,
e em simultâneo paralisa
fecham-se os olhos e nada
é toda uma escuridão
que nos traz o vazio de volta ao coração...
porque tudo não passou de uma grande ilusão
meros castelos construídos no ar
um sopro que os fez cair
e de volta à realidade!


CFV

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Pronto!

Não devíamos ser escravos de nós mesmos
quanto mais do dinheiro ou da profissão...
devíamos poder estar com quem queremos,
devíamos ser obrigados, sim,
a amar de perto a nossa família , os amigos!
Que haja distância, porque não?
mas só a que criamos,
porque queremos!

Devíamos construir um muro
e do lado de lá,
deixar a saudade, as lágrimas, o medo, a culpa, e as indecisões...
devíamos ser maiores que todos os que se acham intangíveis
porque podemos derrubá-los, vencê-los
devíamos ser obrigados, sim,
a ser grandes o suficiente
para podermos falar como sentimos,
e sentir o que falamos!
PORQUE SIM!

E se eu não quiser ir por aí
não vou
porque, e simplesmente,
não quero!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

amarras!

Presa a confusões
que se libertam
umas, atrás das outras....
um passo à frente,
dois atrás...
um espírito embriagado
que se afunda em mundos e fundos!
Amarras invisíveis
que esmagam este,
já apertado coração..
surgem sempre que
surge a vontade,
a libertação,
como que a lembrar que
não há bela sem senão!



terça-feira, 1 de janeiro de 2013

" Hoje é o primeiro dia do resto das nossas vidas"...
e assim ficam desejos de novas esperanças
um augúrio de novas e boas aventuras
365 novas oportunidades para viver, para amar, para sentir!

E , mesmo a medo, benvindo 2013!

Aperto

Do nada E em tudo Sentes o fim de um tempo E o futuro no presente... O que virá? Quando e como será? Fica ali aquele nó na garganta Um burbu...