Há dias em que detesto o mundo, simplesmente..
e começa assim:
um burburinho crescente
vem do fundo do meu ser, das minhas entranhas
borboletas no estômago
lágrimas que querem correr por mim abaixo
e um enjoo
cheia,
farta..
as borboletas parecem enxames,
picadas... e contorço-me porque....
depois já detesto o que sinto
já só quero fugir de mim
porque me odeio
quero reinventar-me,
ser outra, despir esta pele, lavar a alma
renascer...
mas não sei como...
É tanta a escuridão,
um vazio completo
cheio de dúvidas e medos...
E sei o que há em mim agora
estilhaços, recantos, fantasmas vivos
perdas que não se transformaram em ganhos!
Sei o que há em mim sempre...
porque nunca me encontrei!
Sei que já nasci errada
nunca pertenci a lado algum
a ninguém,
muito menos a mim mesma...
cresci sem saber quem sou
cresci sem crescer
e agora sei o que há em mim
vidros que piso a cada passo
uma luz apagada que me guia
a escuridão,
a dor...
Quero sair daqui
deste redemoinho de pensamentos
de sentidos estranhos
de ecos ensurdecedores...
irreais sentimentos
que cortam o ar que respiro...
quero desaparecer
deste infindável lamento...
dar a volta
descobrir-me!
Mas não sei como
nunca saberei,
porque o tempo nunca parou para mim
porque o tempo sempre me odiou
e nunca me disse:
"Para onde vais?
Não vás por aí..."
Ou se disse,
não ouvi
e fui, segui...
E agora sei bem que sempre houve em mim
um tempo inútil
perdido
uma escada sem fim
e no fim de tudo
um destino por cumprir..
Nunca lá chegarei!
hei-de partir como vim
errada
enjoada
estilhaçada...
hei-de partir
por descobrir...
CFV
" A intensidade da tempestade é inversamente proporcional ao tamanho do corpo!"
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
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