quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A DESDITA


Palavras pequenas e silenciosas
perdidas e soltas
entre dois olhares desencontrados!
Palavras presas
às convenções, aos medos...
Palavras- prisões,
barreiras edificadas
em silêncios gritantes!
Constante sufoco entre soluços
silêncios que gritam e nos prendem
dentro do que não queremos ser
mas dentro do que somos!

Palavras que vão passando da hora, 
palavras que vão e não voltam
palavras inacabadas,
que provocam ,
que matam como espadas, 
trespassam muros 
erguem ruínas 
e para tudo isto
bastam palavras..
pequeninas...

Não passamos de desejos frustrados
de palavras surdas-mudas...
Erróneas palavras
vagueando entre almas condenadas 
que só conhecem a certeza do silêncio
e nessa certeza
pairam como mortos-vivos
cheias de gritos mudos e quietos!

CFV

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Janelas embaciadas


Pela janela embaciada
ofuscam-se sonhos e
buscam-se respostas!
Lá fora a chuva canta, 
melodiosa,
cá dentro um tumulto, 

de dúvidas...
e como elas gritam!
Cada dia mais certas 
cada dia mais perto...
Premonições anunciadas 
em janelas embaciadas!

Do lado de lá 
estarão os sonhos a desmoronar-se?
Já sinto os porquês a chegarem-se

cada vez mais confortáveis...
pois...eles não costumam fazer-se de rogados!Não!

A janela embaciada 
deixa apenas imaginar
uma chuva vertical e graciosa...
porque o sonho,
esse foi-se,
em esperanças fugidias 
em medos sentidos,
em vontades perdidas..
em dias assim,ofuscados e escuros, 
embalados cá dentro,
por esta melodia chuvosa!

E as certezas de outrora,
por ora,
são apenas gotas 
que caem lá fora 
num ping ping ping choroso...


CFV


Aperto

Do nada E em tudo Sentes o fim de um tempo E o futuro no presente... O que virá? Quando e como será? Fica ali aquele nó na garganta Um burbu...