quinta-feira, 27 de abril de 2017

Moer a vida

Há por aí uma brisa
quase não se ouve,
que parece,
passa despercebida...

Há por aí um rumor
quase não se sente,
que parece
moinho de vento
mas mói...

Há por aí perfume
quase não se vê
que paira
aqui e ali
sem parar
joga às escondidas
vencendo -nos,
a nós gente perdida...

Deixámos de ouvir
deixamos de sentir
rodopiamos
sem saber ver
numa constante procura do ter
sem entender
que assim
só sairemos invisíveis!

CFV

domingo, 16 de abril de 2017

Tempo Incompreendido

Anseios entontecidos
raivas embrutecidas
são corpo
e alma
deste ser que me calhou
para viver
esta vida que me escolheu...
São eles que me mantêm viva
e elas que me trazem perdida!

No fim fará sentido?

Agora,
não sei quem me habita
não imagino quem
cá de dentro grita e se agita
como se toda eu ardesse
entre raivas e anseios...
como se toda eu
nunca tivesse sido
nunca tivesse sido...
eu!


Agora,
sem solução à vista
pairo sobre mim mesma
e ao mesmo tempo
presa
a um corpo que me aperta
a um tempo incompreendido
a um mundo encolhido
que me sufoca
e se me entranha
num vazio que pesa
e me carrega
em direção ao infinitamente desconhecido!

Conforma  me saber
que um dia
tudo poderá fazer sentido!

CFV




Aperto

Do nada E em tudo Sentes o fim de um tempo E o futuro no presente... O que virá? Quando e como será? Fica ali aquele nó na garganta Um burbu...