Em mais uma corrida
Em mais uma ida
Dividida
Num sabor agridoce...
A vida mecânica
Não pára
E tudo gira
Numa roda que mecaniza
Até as palavras (im)pensadas
As ditas e as desditas...
Maldita
Esta roda viva
Que nos Mata
Lentamente
Os gritos
Que outrora nos libertaram
Seca-nos
As lágrimas soluçadas
Que devolviam
O alívio
Que traziam
O norte perdido
Que acalmavam
O coração sangue vivo...
Agora
A vida roda
Emoções mecanizadas
Sorrisos em lábios calados...
Morremos aos poucos nesta vida
Cheia de idas e vindas
Cheia de saudades
Cada vez mais enterradas
Em gestos adultos
De gente que deixou de ser gente
De gente que se obriga a não sentir
Para não desistir
Para não ser engolida
Mas que já sucumbiu
À roda mecanizada da vida!
Faz me falta o grito
A revolta
O argumento
Baseado apenas no sentimento!
Faz me falta ser vida
Ser decididamente perdida
Sem rumo
Sem amarras
Mas também sem paredes fechadas
Sem espadas apontadas
Só eu e a liberdade de Ser!
Assim e lentamente resta-nos
Morrer...
CFV
Sem comentários:
Enviar um comentário