É o longe que me volta a cercar
É a saudade que volta a atacar
Nada de novo, portanto,
É o costume...
É a iminência de voltar
Ou será de regressar?
Tudo se confunde
O início é o fim
O ir é o voltar
O cá é o lá...
Em tudo
Reside o vazio
A distância
Tu
Nós
O longe
que se faz perto
E uma vez lá
a saudade do cá...
Em mais uma volta
Em mais uma viagem...
Deixo um pouco de mim
Levo tanto de Ti
E marejam os olhos
Com as lágrimas salgadas...
Do mar
Que me volta a rodear...
E cá
Que falta me fazem as ondas
A bater na rocha imponente
E o horizonte
Feito de infinito
Num imenso mar à vista...
E uma vez lá
Ai a falta que faz
A planície entrecortada
De pequenas e grandes montanhas
Sem mar à vista...
Ai que saudade sinto já
Deste lado de cá
De horizonte chão
Sem fim à vista..
Ai que vontade
Das quatro estações
Num dia só
Somente na ilha que me acolhe
Do meu porto seguro
Feito do teu sorriso
Dos teus lábios
Que sabem a sal e a sol
Que me alimentam
A vida
Feita de distâncias
Desenhadas em mim
Como montanhas
E planícies
Com a Serra à vista...
Que me salgam
Esta alma sempre dividida
Em mil
Sóis
Só possível por ti
Feito das ondas
Desse teu mar!
E uma vez lá
(Ou será cá?)
Sofro
Como sempre
De lonjuras
Do cá
(Ou será do lá?!)
Que tanto pode ser feito
De infinito chão
Como de infinito mar...
É igual
Dói igual
Aperta sempre
Este coração!
CFV