segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Longe

É o costume... 
É o longe que me volta a cercar
É a saudade que volta a atacar
Nada de novo, portanto, 
É o costume... 
É a iminência de voltar
Ou será de regressar? 
Tudo se confunde
O início é o fim
O ir é o voltar
O cá é o lá... 
Em tudo
Reside o vazio
A distância
Tu
Nós
O longe 
que se faz perto
E uma vez lá 
a saudade do cá... 
Em mais uma volta 
Em mais uma viagem... 
Deixo um pouco de mim
Levo tanto de Ti
E marejam os olhos
Com as lágrimas salgadas... 
Do mar 
Que me volta a rodear... 
E cá
Que falta me fazem as ondas
A bater na rocha imponente
E o horizonte
Feito de infinito
Num imenso mar à vista... 
E uma vez lá
Ai a falta que faz
A planície entrecortada
De pequenas e grandes montanhas
Sem mar à vista... 
Ai que saudade sinto já
Deste lado de cá
De horizonte chão
Sem fim à vista.. 
Ai que vontade 
Das quatro estações
Num dia só
Somente na ilha que me acolhe
Do meu porto seguro
Feito do teu sorriso
Dos teus lábios
Que sabem a sal e a sol
Que me alimentam
A vida
Feita de distâncias
Desenhadas em mim
Como montanhas
E planícies
Com a Serra à vista... 
Que me salgam 
Esta alma sempre dividida
Em mil
Sóis
Só possível por ti
Feito das ondas
Desse teu mar! 
E uma vez lá
(Ou será cá?) 
Sofro 
Como sempre
De lonjuras
Do cá
(Ou será do lá?!) 
Que tanto pode ser feito
De infinito chão
Como de infinito mar... 
É igual
Dói igual
Aperta sempre
Este coração! 

CFV


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