quarta-feira, 24 de abril de 2024

Minha querida Liberdade,

Minha querida liberdade, 

 "A cada esquina um amigo"

Na madrugada mais bela

Porque tantos esperaram

Espreita agora, a cada esquina, um velho conhecido! 

Devagarinho, ergue-se, um velho perigo! 


Naquela madrugada,

Soltaram-se os mais belos sonhos

Abraçou se um povo inteiro

De rostos risonhos

Banhados em lágrimas de alegria 

Que  lavaram anos a fio

De um passado sombrio!... 


Foi a manhã que deu os frutos 

De vidas de lutas! 

E o povo saía à rua convencido

Que nunca mais seria vencido!


Hoje, ao contrário de ontem

Os cobardes erguem-se, 

E a cada esquina, 

Semeiam a mentira

Gritam palavras de ódio

Cavando o fosso da desiguldade e da injustiça.. 

Tacanhos, como eles só

Ousam sobrepor- se a uma luta ganha

Acham que podem apagar gentes tamanhas! 

Por eles, falta hoje cumprir-se Abril! 

Dentre o ontem construído na alegria

Ergue se, de soslaio, uma sombra

Que vai cobrindo a mais bela das madrugadas, 

Numa penumbra doentia! 


Os vampiros voltaram 

Estão de dentes afiados

Para sugar o sangue de quem sonha hoje como ontem! 

Pairam aqui e ali

Numa tentativa de reescrever a história

Sem um pingo de vergonha

Teimam em manchar a memória 

Dos que nos presentearam com a mais verdadeira vitória, 

O bem mais valioso 

Para o povo! 

Abril trouxe-nos a Liberdade

E essa nunca nos vai largar! 


Os vampiros já nem se escondem

E sem vergonha

Querem o passado já derrubado

Cercar a vontade de um povo

Que unido jamais será vencido!! 


Hoje, como ontem

Não perco a esperança

Nem nunca me arrancarão

O que Abril

Plantou no meu coração! 

O que me foi dado

Nunca mais será tirado! 

Que eu construi me livre 

E livre sigo

De liberdade na mão

De peito feito

Grito bem alto

Que o povo unido

Jamais será vencido! 


CFV









quarta-feira, 10 de abril de 2024

Abril Sempre

50 anos de abril! 

E parece que tudo o vento levou

E as águas mil

Lavaram o que abril conquistou! 


Ai que raiva

E tanta vontade

De perder a calma! 


Fecho os olhos! 

Grito! 

Em silêncio! 

Grito! 

Por dentro! 


O meu corpo (de Mulher) 

É uma arma

Um míssil

Pronto a disparar

Pronto a calar

Estas vozes bafientas

Estas vozes nojentas

Vazias de tudo o que importa

Cheias de ódio e de morte! 

Pequeninas, bolorentas

Que teimam em crescer e erguer

Velhos tacanhos

7 palmos abaixo do chão! 


E os velhos meios mortos

Inspiram os novos zombies ignorantes

Vazios como só eles são, 

Os seguem, 

Cegos e cheios de si, 

Seres feitos de medos

Aterrorizados pelo tanto que não sabem

Sedentos de se multiplicarem

Pois, que só assim podem sair dos buracos

Que os moldaram! 


E toda eu estremeço

Ao ver o tanto que podíamos ser

E o tanto que nos teimam em roubar! 


Mas nada em mim se vai calar! 

Não esmoreço! 

Vou para sempre gritar! 

E lutar, lutar! 

Agora mais que nunca, 

Contra os canhões da ignorância

Marchar! Marchar! 

Em frente

À frente dos que, para trás nos querem puxar! 

E se tiver que disparar

Que se mate, de vez, 

Os que nos querem atrasar... 

Estes restos de um Portugal cinzento

Que nada tem de heróis do mar! 

Marchar! Marchar! 

Até que o nobre povo 

Valente

Seja capaz de construir 

Uma nação igual

E que isso possa, sim, ser imortal! 

CFV


sexta-feira, 5 de abril de 2024

De fugida sigo partida!

 

Parto hoje
Como ontem
Já lá vão mil partidas e outros mil regressos.....
Parece que vivi assim, desde sempre!...
Como que já nasci assim, para sempre!...
Num constante
Jogo de criança
Numa brincadeira de infância...
E aí vou eu numa nova:
Partida, "lagarta",fugida!!!....
Parto me e reparto me
Por tantos mundos já
Que há pedaços de mim
Por lugares tão longínquos quanto distintos...
E quantas pessoas se me cruzaram?
E quantos braços já me ampararam?
E quantos sorrisos me abraçaram?
E talvez tenha sido tudo isso
Que,
Ao partir,
Hoje, como sempre,
Parta feita de pedaços
Daqui e dali
Daqui e d'acolá
Do tanto amor que recebi
Que,
mesmo feita em estilhaços
Também sou feita dos mil lugares
E dos que abracei
Dos que me abraçaram
E dos que me ampararam!
E é,
Quem sabe, por isso
Que parto num coração
Que bate sempre de esperança
E mesmo pequenininho
Inteira-se e cresce
Na certeza de mais um regresso
Bate ritmado pela emoção
Ao ritmo de uma saudade
Feita de verdade
Tanto de cá
Como de lá!...
E partida
Sigo entre
Quem fui e onde me fiz
E quem sou
Onde sei também ser feliz!
Sigo dividida
Mas em mais uma partida
Sei que os teus braços
Me mantêm viva!!!
CFV



Aperto

Do nada E em tudo Sentes o fim de um tempo E o futuro no presente... O que virá? Quando e como será? Fica ali aquele nó na garganta Um burbu...