50 anos de abril!
E parece que tudo o vento levou
E as águas mil
Lavaram o que abril conquistou!
Ai que raiva
E tanta vontade
De perder a calma!
Fecho os olhos!
Grito!
Em silêncio!
Grito!
Por dentro!
O meu corpo (de Mulher)
É uma arma
Um míssil
Pronto a disparar
Pronto a calar
Estas vozes bafientas
Estas vozes nojentas
Vazias de tudo o que importa
Cheias de ódio e de morte!
Pequeninas, bolorentas
Que teimam em crescer e erguer
Velhos tacanhos
7 palmos abaixo do chão!
E os velhos meios mortos
Inspiram os novos zombies ignorantes
Vazios como só eles são,
Os seguem,
Cegos e cheios de si,
Seres feitos de medos
Aterrorizados pelo tanto que não sabem
Sedentos de se multiplicarem
Pois, que só assim podem sair dos buracos
Que os moldaram!
E toda eu estremeço
Ao ver o tanto que podíamos ser
E o tanto que nos teimam em roubar!
Mas nada em mim se vai calar!
Não esmoreço!
Vou para sempre gritar!
E lutar, lutar!
Agora mais que nunca,
Contra os canhões da ignorância
Marchar! Marchar!
Em frente
À frente dos que, para trás nos querem puxar!
E se tiver que disparar
Que se mate, de vez,
Os que nos querem atrasar...
Estes restos de um Portugal cinzento
Que nada tem de heróis do mar!
Marchar! Marchar!
Até que o nobre povo
Valente
Seja capaz de construir
Uma nação igual
E que isso possa, sim, ser imortal!
CFV

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