quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Distante mente

Que bem cantas
a saudade
a distância
como que, enganas a dor
e fazes desaparecer este torpor!

Cantas a saudade
e ela entra de mansinho!
Ouço-a,
devagarinho,
entranha-se
mas depois, já sei como é:
é com gana que ganha
pedaços do que sou e do que fui
abraça-me a alma,
e por lá permanece!
Não sobra um canto que seja,
afinal, quem melhor a conhece?
Entre nós não há vergonhas ou pudores,
cantos obscuros, quanto mais obscuridades...
só ela consegue destruir todos os muros
edificados de medos e de saudades!

Saudade cantada
companheira presente
esta constante ausência anunciada!
Uma premonição que vem, sempre de longe,
teimosamente e sempre de longe...
Soa a uma nostalgia adormecida
a uma imensidão que vai e vem ao sabor das ondas...
e faz correr lágrimas salgadas
só de pensar que vai voltar...
o mar
o longe,
a saudade e a solidão
de dias e noites à espera de poder regressar!

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