qual sangue, qual oxigénio, qual quê...
secou tudo...
só sinto este nó que me embrulha o estômago
só sinto a inquietação que vai dos pés à
cabeça... perdida...
porque ganha sempre o coração...
porque toda eu grito de tanto sentir...
porque toda eu sou as palavras por existir
porque tudo em mim é "fogo que arde sem se ver"!
Só eu consigo perceber este lume que me consome
esta raiva de querer mais
e ser menos
esta vontade de mais
e sentir-me areia por entre dedos
que foge...escapa e se some...
Só eu sei que o meu eu
está estilhaçado em mil
e que todos os mil eus
em cada história
em gente partida e perdida
em vidas errantes
a cada esquina
numa luta incessante...
E vejo- me a olhar
cabisbaixa
com medo de me voltar a pisar...
É que ainda assim existe em mim
esta esperança de me reconstruir
pedaço a pedaço
estilhaço a estilhaço
até ser eu...
um eu que nunca conheci
que nunca vi
para poder ser eu mesma
e finalmente me descobrir
olhar para mim
e aí sim,
nascer para finalmente poder VIVER!
CFV
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