quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Confesso!

E ainda do lado de cá
o mundo encontra-se suspenso
a vida corre lenta
o tempo parece parado
e até o vento sopra desconfiado...

Desta vez 
há uma vontade nova
uma inquietação profunda
que me põe à prova
o meu cá ficou lá
o meu lá trouxe-o comigo para cá...

Parece confuso
mas no fundo
é simples:
lá no fim de tudo
no meio do nada
está aquela que me chama
como minha casa...

Em mim passou a morar
um oceano imenso
que calmo e intenso
banha os pés 
a uma montanha imponente!

E assim cresceu este jardim
que foi entrando em mim
ora em dias solarengos e perfumados
ora em noites embriagadas 
por essa luz prata 
que me faz cada vez mais falta!

E lentamente fui invadida 
por esta saudade...
E foi sendo realidade
um querer voltar para aquela 
que me acolheu como sua...

Do lado de cá, na distância 
contemplo- a, através da lua
como que à espera de a ver 
entre picos e ondas - prata
entre rostos conhecidos e sorrisos amigos...
Tornaste-te tanto minha como eu tua
e agora é esta disputa:
o cá que é cada vez mais lá
e o lá que é cada vez mais cá...

Que luta!

CFV





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