a vida corre lenta
o tempo parece parado
e até o vento sopra desconfiado...
Desta vez
há uma vontade nova
uma inquietação profunda
que me põe à prova
o meu cá ficou lá
o meu lá trouxe-o comigo para cá...
Parece confuso
mas no fundo
é simples:
lá no fim de tudo
no meio do nada
está aquela que me chama
como minha casa...
Em mim passou a morar
um oceano imenso
que calmo e intenso
banha os pés
a uma montanha imponente!
E assim cresceu este jardim
que foi entrando em mim
ora em dias solarengos e perfumados
ora em noites embriagadas
por essa luz prata
que me faz cada vez mais falta!
E lentamente fui invadida
por esta saudade...
E foi sendo realidade
um querer voltar para aquela
que me acolheu como sua...
Do lado de cá, na distância
contemplo- a, através da lua
como que à espera de a ver
entre picos e ondas - prata
entre rostos conhecidos e sorrisos amigos...
Tornaste-te tanto minha como eu tua
e agora é esta disputa:
o cá que é cada vez mais lá
e o lá que é cada vez mais cá...
Que luta!
CFV

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