serenidade invulgar
um fim de tarde calmo
que me inquieta a alma...
É que não há em mim
lugar para esta paz
sei que há-de chegar o seu fim...
E irrita me...
já a posso ouvir
que não sou assim
que é preciso expulsá-la
ou estilhaçá-la em mil
que aqui dentro
só mora o barulho dos porquês
que mudos só os gritos
de quem não sabe viver
a não ser
a errar de tanto querer!
O meu olhar não se acalma
desde que paira
em mim
esta irrequieta
paz de alma...
desconfia
procura
em todo o lado
o seu fim ...
Mas que raiva!
Só pode ser engano,
um sórdido plano...
para me matar de tédio
deixar-me presa de inércia
de olhar parado
a morrer de serenidade!
Que ironia seria esta!!!
Uma alma de
sempre
sedenta
sôfrega
insaciável
a correr
cheia de pressa
para não morrer
sem viver cada segundo
como se fosse o último...
Ia lá agora falecer de calma!...
Não!
Não há paciência!
Este pobre coração...
Ele precisa de bater
ao som da incerteza
ao ritmo da vida...
E já sussurra,
já o posso ouvir
que assim não pode ser
que há muito que conhecer
e muito mais para sentir...
CFV
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