quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Paz de alma

Paira em mim uma
serenidade invulgar
um fim de tarde calmo
que me inquieta a alma...

É que não há em mim
lugar para esta paz
sei que há-de chegar o seu fim...

E irrita me...
já a posso ouvir
que não sou assim
que é preciso expulsá-la
ou estilhaçá-la em mil
que aqui dentro
só mora o barulho dos porquês
que mudos só os gritos
de quem não sabe viver
a não ser
a errar de tanto querer!

O meu olhar não se acalma
desde que paira
em mim
esta irrequieta
paz de alma...
desconfia
procura
em todo o lado
o seu fim ...

Mas que raiva!
Só pode ser engano,
um sórdido plano...
para me matar de tédio
deixar-me presa de inércia
de olhar parado
a morrer de serenidade!

Que ironia seria esta!!!
Uma alma de
sempre
sedenta
sôfrega
insaciável
a correr
cheia de pressa
para não morrer
sem viver cada segundo
como se fosse o último...

Ia lá agora falecer de calma!...

Não!
Não há paciência!
Este pobre coração...
Ele precisa de bater
ao som da incerteza
ao ritmo da vida...
E já sussurra,
já o posso ouvir
que assim não pode ser
que há muito que conhecer
e muito mais para sentir...

CFV





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