Mas que vida? Mas que mundo?
Sou assim, também, partida!
Ficam-me as frases a meio!
Ficam-me meias, as palavras!
Não saio desta forma
que me enforma
num rol de emoções
também elas deixadas a meio
em prateleiras
para não se sentir mais
para se pensar menos!
E cada vez mais se morre por viver!
E cada vez menos se vive, sem ser a morrer,
uma e outra vez,
dia após dia
num lento doer...
E tudo o mais, sabe cada vez a menos!
Pois que só assim parece haver vida
num mundo
despido de almas inteiras
de gente que se acha vivida!
Erro do tamanho de um mundo
que cegou
que parou
que se conformou...
É assim que contar uma história
com princípio, meio e fim
é uma vitória inglória
porque só somos metades
só somos meias verdades
a morrer e a matar vontades!
CFV

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