abraços que afastam
do olhar
a indefinição
palavras esquivas
na distância conveniente!
Os gestos, esses,
perdem-se entre becos
sem saída
que foste construindo...
com a vida?
Quieto e caprichoso
ficas-me num eco
ruidoso!
Encerras-te
e percorres-me
entre toques e gemidos
fazes -me prisioneira
à tua maneira
possessiva e sensual
e ficas comigo
noites a fio!
Não quero
nem sei viver
de vazios
porque o pouco
tem de ser sempre mais!
Porque não?
Mas não me encontro
nesse teu labirinto
porque me perdes
me expulsas
com as razões da tua vida!
E com os absurdos dos sentidos
fechaste-te
e insistes em não me consentir!
E ainda assim,
tento sair para te voltar a entrar
olho-te com a força de uma noite de luar
provoco e digo o que te preciso...
Mas talvez o faça
com o mesmo medo
que te afasta...
E ficamos assim
neste lento remoer
sem sequer saber
se há mais do que menos
ou o tanto que poderia ser!
Do lado de cá
o corpo divaga
por uma mente
acelerada
e no fundo sei
que só te adio...
Há verdades que ainda não quero comigo...
O labirinto tem de ser percorrido
antes de alma te dar como corpo perdido!
CFV

Sem comentários:
Enviar um comentário