no céu mais azul
que brilha
entre a brisa mais fresca...
tão fresca ...
de fechar os olhos
e sentir tudo...
tudo o que haveria de vir
e nem aí vimos o escuro
que já aparecia
que se entranhava na pele
e nos respirava em cada poro
e nos suspirava inquieto
entre flashes
enganadores
sufocantes
de sabor a fel...
Não vimos que só nos tirava o fôlego
que só nos cegava a calma
lentamente
e um pouco mais
e um pouco menos
de nós
num crescendo de sombras
que nos escondem a alma
deixando-nos um pouco mais
sós
sós
num eterno movimento
de esperanças e dores
num jogo pérfido
de sombras vivas
que matam
os últimos brilhos
que nos levam os últimos raios de luz
numa despedida previsível
mas que ainda assim julgávamos impossível...
E o sol que nos abandonava quase secretamente
e um céu que nos levava o azul e o quente
e o fim
de cada dia
de cada dia
que não passou de mais uma promessa perdida
e o fim
previamente anunciado
a cada manhã...
Sobrou apenas o invólucro
que nos reveste o escuro de que sempre fomos feitos:
seres imaginados
a querer mais quando tinhamos de sobra
seres imperfeitos
a desejar o que nunca foi para nós
o amanhã quando não vivemos o hoje!
a desejar o que nunca foi para nós
o amanhã quando não vivemos o hoje!
E quando desejámos que fosse Tudo
só corríamos atrás do Nada!
só corríamos atrás do Nada!
E quando sonhámos
e voltámos a sonhar,
de tanto sonhar
pareceu tão real...
mas o brilho do escuro já estava lá
vestido de quente e azul fresco!
CFV
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