terça-feira, 22 de abril de 2014

Primavera de Abril

A noite não usava vento
E o dia vestia-se quente!

Gentes que tremiam
de raivas reprimidas
antigas...
O medo que morria
à medida de um povo novo
que surgia...
Os tanques sorriam
numa Vitória anunciada!
As gargantas roufanhas
Sentiam já as lutas ganhas!

25 de Abril lavado
Em águas mil!
O sangue antes derramado
As lágrimas sempre contidas
Davam lugar à alegria...
Derrubavam-se
Portas e muros!
Incrédulos e duros
os velhos do restelo
caiam um a um...
E num pim pam pum
abriam se prisões
e matavam-se os
velhos fanfarrões!

A primavera estava aí...
Vestida de palavras mil!

Ah! Abril
chamado liberdade!
Em 40 primaveras passadas
esse abril traz 
tanta saudade!
Tamanha vontade...
Velhas verdades!

De lutas mil
ficou esta liberdade
Partida
Suja
Cega
Que nos verga
Que nos tira...

E se este abril
fosse de águas mil?
Uma  tempestade
em chuva anunciada
numa  única
vontade ressuscitada?

Urge já um
Abril primaveril
De luta
De braços dados
De filhos e pais
uma vez mais
na rua
por um país que suspira
por uma LIBERDADE
partilhada e lavada!

Quem sabe a luta nao ganhe vida numa noite perdida mas nunca esquecida?
Que não use vento
e que de dia se vista quente!...

CFV

Sem comentários:

Enviar um comentário

Aperto

Do nada E em tudo Sentes o fim de um tempo E o futuro no presente... O que virá? Quando e como será? Fica ali aquele nó na garganta Um burbu...