quinta-feira, 5 de junho de 2014

A mais breve história dos Descobrimentos

Por razões profissionais, vi-me hoje a escrever uma história para ser contada aos meninos do 4º ano que ao longo dela terão de acompanhar um painel com os desenhos dos navegadores, tentando adivinhá-los... Aqui partilho esta minha primeira aventura infantil...mas nem aqui a rima me abandonou! 

Hoje vou-vos contar uma história! Mas não é uma história qualquer…esta é verdadeira, feita de gente a sério, assim como vocês, gente que cresceu e nunca parou de sonhar e são agora os nossos heróis nesta breve história, com alguns monstros, um mar imenso e muitas descobertas!

Era uma vez um povo muito corajoso e aventureiro que estava desejoso de descobrir novos mundos ou quem sabe o mundo inteiro! Este povo português era feito de muitos senhores, espertos e sonhadores, que só pensavam em viajar, mas por mar!!
Assim construíram primeiro, a Caravela, de velas triangulares e leve para poder ziguezaguear contra o vento sem se afundar! Não havia monstro capaz de a assustar!!
Depois construíram a Nau que, era um barco grande e forte capaz de viajar de sul a norte! Percorria grande distância e com muita pujança!
Mas voltando aos senhores que fizeram esta história, aqueles que eram espertos e sonhadores, lembram-se?
Foram eles que há muito, muito tempo chegaram à Madeira e descobriram os Açores: Ilhas construídas com muito suor, hoje nossas, pelas quais morremos de amores!
Mas muito mais haveríamos de descobrir!
Por exemplo, temos o Senhor Gil Eanes, que passou com grande fervor, o Cabo Bojador, e tinha um cabelo redondinho, muito certinho, para além de um chapeuzinho pontiagudo a fazer lembrar uma pimenta!

Daí para baixo, nada se conhecia e tudo se imaginava: haveria monstros? Sereias? E será que acabaria tanto mar?
Apresento-vos, então, um navegador, chamado Bartolomeu Dias! Ele nunca se esquecia do seu pequeno chapéu que lhe ficava mesmo a matar, com o seu casaco de folhos, às riscas que lhe faziam sobressair os olhos e que ao longe até pareciam faíscas!
Com muita teimosia e valentia passou um Cabo, o das Tormentas… chamava-se assim, porque antes dele, muitos tinham sido ali comidos por um monstro gigante e assustador, de seu nome Adamastor, que estava sempre cheio de fome! O seu prato favorito, já que ele tinha um gosto muito esquisito, era… imaginem lá… marinheiros!!! E de preferência inteiros!!!!
Mas o Bartolomeu não se perdeu e descobriu que o monstro era só uma história e, logo que o venceu, em grande glória, durante dias e dias foi uma festança e até mudou o nome ao cabo, para Cabo de Boa Esperança!
E assim, como que brincando, este nosso povo, chegava, ao fim do continente Africano!
Agora, já faltava muito pouco para descobrirmos o Caminho Marítimo para a Índia, onde já não havia monstros, apenas encontros com ricos Marajás e poderosos Sultões, que são assim como reis valentões mas a cheirar a especiarias e a doces iguarias e vestidos com as cores do arco-íris!
E mais uma vez, os Portugueses chegaram lá, em primeiro! Desta vez foi um senhor de ar sério e uma barba tal que mais parecia o Pai Natal. Chamava-se Vasco da Gama e tinha uma grande ambição que o levou ao coração da Ásia!

Para terminar esta pequena história de encantos tamanhos da História de Portugal, feita de viagens mil, ainda nos falta falar do Brasil!
O Senhor Pedro Álvares Cabral era um “cara” fenomenal, com um cabelo que se confundia com a sua barba e lembrava a juba de um leão, tal como o seu coração, que nunca o abandonou e por isso sempre ficou com os seus companheiros! E juntos venceram ventos traiçoeiros, ventos que não paravam de soprar medos e receios!
Assim, estes pobres marinheiros resistiram e só descansaram quando a avistaram, a terra a que chamaram de Vera Cruz! Afinal, para lá chegar, foi um ai Jesus!…
Ainda hoje é o nosso povo irmão, terra imensa agora chamada Brasil de palavras mil, faladas em português e embaladas numa canção, cheia de samba no pé e no coração!
E é assim que chega ao fim, mas em boa hora, esta história, cheia de heróis verdadeiros, de gente comum, que percorreu mares e continentes e nos encheram o peito de orgulho, pois foram tantos e tais os feitos que, ainda hoje levam Portugal aos quatro cantos do mundo!


CFV

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