todos os dias:eu e os outros!
eu que sou eu...
com mil defeitos
com mil perguntas
com nenhumas certezas...
os outros são
tudo, tudo
o que não sou
a certeza
a segurança
as respostas...
olho-os e vejo tanto
olho-me e não me vejo...
E depois há estes dias
de profundos vazios
em que a vida sufoca
em que a realidade esmaga..
E só apetece gritar
PORQUÊ?
Mas nunca sai nada
só o silêncio
ganha
e nesta vontade
sou inundada
pela raiva...
sinto-me ao ponto de me odiar
quero parar, quero,
quero deixar de me sentir, preciso
deixar de me olhar
porque não me vejo
não sei quem sou
nem como
nem porque me dou...
Dói,
dóis
demais
arde,
ardes
sempre mais
és fogueira dentro de mim
e sem parar
queimas cada pedaço
cada centímetro de pele
e num instante
só a memória do teu abraço
vira fel!
Sucumbo
a cada instante
metade de mim já virou cinza
a outra metade já nasceu
perdida...
CFV
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