sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Prisão que sou

Tento olhar de mim para mim
encontro-me aos pedaços
perco-me nessa viagem
e é aí que se vai a coragem...

Quero sair de mim,
e não me encontro
como se a porta se tivesse fechado
como se a luz , de repente
se tivesse apagado...

Quero-me inteira
e não há maneira!
Quero-me olhar
distante
como se outra eu fosse...
mas nesse instante
esvai-se a esperança
e fica a tentativa
numa morte repetida
fico presa a mim... perdida
como se em mim só houvesse escuridão,
um invólucro sem vida
e no lugar do coração
um órgão só explicado pela ciência 
vivo apenas pela razão..

E é só mais uma ironia
desta vida
que dia-a-dia
fica mais fria...

E é só mais uma incerteza
trazida pelo destino,
certo de que nasci 
para morrer assim
em mim, 
dentro de mim,
numa prisão para sempre
a morrer aos pedaços
neste pedaço que de mim restou,
num constante refúgio
que volta meia volta 
me leva ao mesmo lugar,
escuro, profundo 
e me põe a pensar
que um dia destes
deixo-me ficar quietinha,
sem sequer tentar lutar 
por mais uma lufada
até não sentir mais nada
até me faltar o ar!

CFV

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