encontro-me aos pedaços
perco-me nessa viagem
e é aí que se vai a coragem...
Quero sair de mim,
e não me encontro
como se a porta se tivesse fechado
como se a luz , de repente
se tivesse apagado...
Quero-me inteira
e não há maneira!
Quero-me olhar
distante
como se outra eu fosse...
mas nesse instante
esvai-se a esperança
e fica a tentativa
numa morte repetida
fico presa a mim... perdida
como se em mim só houvesse escuridão,
um invólucro sem vida
e no lugar do coração
um órgão só explicado pela ciência
vivo apenas pela razão..
E é só mais uma ironia
desta vida
que dia-a-dia
fica mais fria...
E é só mais uma incerteza
trazida pelo destino,
certo de que nasci
para morrer assim
em mim,
dentro de mim,
numa prisão para sempre
a morrer aos pedaços
neste pedaço que de mim restou,
num constante refúgio
que volta meia volta
me leva ao mesmo lugar,
escuro, profundo
e me põe a pensar
que um dia destes
deixo-me ficar quietinha,
sem sequer tentar lutar
por mais uma lufada
até não sentir mais nada
até me faltar o ar!
até me faltar o ar!
CFV
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