terça-feira, 31 de março de 2015

Minha Terra Prometida




Mais uma volta
mais um regresso
à terra que
agora acorda
do gélido inverno
rumo à morna primavera!

Minha terra,
corre-me nas veias
quente e viva
prometida,
como só ela!

É o coração que me bate
numa ânsia de chegar
ao seu único lugar!

Bate sem disfarçar
esse alegria vívida
que salta do olhar
num só vislumbre
desse lugar único!

Vestida de verde solarengo
aquecida pelo peito quente e sempre aberto
de tão grande,
desta gente da terra e terra de gente!

Construída assim:
sofrida e simples,
pois que é daqui
que lhe vem a alma generosa
e sempre orgulhosa!

Peito uno,
onde carrega,
cálida e gélida
morna e fresca,
a alma
de gente e de terra
que se confunde:
é nela que habitam
e é dela a vida
num coração que bate
em uníssono
em que a terra é de gente
e a gente é da terra!

Nunca a esquecemos,
e, longe, é nela que morremos
todas as noites numa saudade imensa
é por ela que acordamos
por mais um dia, ainda que vazio
mas a chama mantém-se acesa
porque queima a distância
no fim de menos um dia!

É aqui que, a cada regresso,
volta o sorriso
e os braços sempre vazios
se enchem, enfim, de vida
são abraços apertados
que acabam em mãos dadas
a quem sempre me foi tudo
a quem sempre me preencheu
e volta,
neste regresso repetido,
porque o prometido é devido.
o melhor de mim,
o que é tão só, meu!

CFV

sábado, 21 de março de 2015

Poema II




O poema faz se no inesperado
Na dúvida constante
Na dor de ser instante
O que se sonhou para sempre!
O poema faz se na vida desgarrada
Que não pára
Que não espera
Mas fica a balançar
Entre o agora
Realidade de ontem
E o amanhã sem hora
E imaginado!!
Poema é silhueta desenhada
São dedos entrelaçados
É amarra
E liberdade
Desejo de verdade
mil vezes cantado
Em versos sem idade
Sem forma ideal
De conteúdo gritado
Pela alma do mundo!
Tem te a ti
Tem me a mim
Presos nas asas
Que batem saudades
Que alongam distâncias
Que se fazem perto
Quando agarra braços cansados
Perdidos num buraco sem fundo
Quando devolve num abraço
E traz de volta
O infinito que reside
no horizonte!!

sexta-feira, 20 de março de 2015

wish

O que não desejas 
não te acontece!
Mas acontece-te
tanto do que nunca
desejaste...


CFV

quarta-feira, 18 de março de 2015

Impunidade vs passividade

Resultado de imagem para casos de corrupção em portugal


Pergunto-me se num outro país qualquer onde casos que desfilam atrás de casos, perante os nossos olhos, à velocidade quase diária sem impunidade, sem consequências e com muita pouca vergonha já, pergunto-me, se se continuaria a assistir passivamente de braços cruzados e de olhos cansados. Eles são cada vez mais, fora os que ainda não sabemos, fora os pormenores que não nos chegam, que a ver pela amostra serão certamente, no mínimo sórdidos! 

Quanto tempo mais teremos que assistir do sofá aos BES, aos Vistos Gold, aos Submarinos, às dívidas ao fisco ou à Segurança Social, às listas VIP´s e ainda à conveniente amnésia de gestores, políticos e afins? 

Uma aristocracia paga a preço de ouro para gerirem e, pelos vistos, usurparem o dinheiro que é de todos nós, de cada um de nós (aristocracia, sim, pois que a mim, mais me parece um país de aristocratas, os "bem nascidos" e por isso intocáveis, de tempos idos, de tempos em que ainda assim poderiam acabar na forca). 
Casos e mais casos, a que se pode juntar a uma mais do que comprovada incompetente e displicente, gestão da Educação, à comprovada poupança na saúde, por um lado, à custa de mortes no mínimo inexplicáveis e do outro lado, médicos pagos a preço de ouro apenas e só para cumprirem o seu dever!
Casos e mais casos, numa parada digna de Carnaval, de muito mau gosto e de muita palhaçada, onde os palhaços somos nós, gente "mal nascida" que apenas trabalha para sobreviver e, ainda assim, já não chega para pagar a uma aristocracia que teima em viver acima da lei!
Enquanto gente simples que, essa sim, é que faz um país, é despejada por já não conseguir pagar uma renda, porque de repente ficou desempregada; gente que se viu obrigada a viver debaixo da ponte, porque, se calhar, também não pagou ao fisco ou à Segurança Social; gente que já não sabe mais o que fazer para que os filhos tenham o que comer... gente que teve que partir para longe da família para poder viver mais dignamente e pôr em prática o curso que sonhou e que, com esforço, tirou e outros, apenas para sobreviver, em idades que jamais imaginaram ter que ir...

Casos que, de tantos, já ferem os nossos olhos, de si já tão cansados mas, ainda assim, estranhamente e há demasiado tempo, parados, como que, a aguardar um milagre qualquer, mas que tarda em chegar...

Pergunto-me só, se em qualquer outro sítio deste mundo doente, não seria  já, mais do que suficiente, para que estes olhos cansados e feridos saíssem à rua e fizessem parte de um corpo imenso, de mãos dadas, de gargantas afinadas e dali não arredassem pés até, TODOS JUNTOS, pudessem então fazer o milagre acontecer...
Mas ainda haverá quem duvide que esse milagre está, tão só, nas nossas mãos?

Mas que sei eu...  senão pôr em palavras os pensamentos que me gritam  e me aguçam o apetite para sair, de corpo e alma, de olhos indignados que há muito anseiam por ver alguma justiça a acontecer, desde a primeira linha!!!

CFV

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terça-feira, 17 de março de 2015

Bipolaridades

A ambivalência aponta caminhos, se integrada de forma equilibrada.https://cauanreis.wordpress.com/2013/12/10/homem-ambivalente/


                                      Num mundo obceno
                                           só se salva o louco 
                                               que busca
                                                  imparável
                                                     sozinho
                                                        pelo fim do caminho!
               
                     Num mundo 
                       bipolar
                         só se salva
                            o coração 
                               que de tão puro
                                   balança entre 
                                      o sonho 
                                  e                      a 
                                          razão
                                   pois que é dele
                                      que ainda emana a luz
                                            mesmo quando tudo 
                                                é demasiado escuro!


                                          Mundo obscuro
                                                                 em que até a 
                               loucura
                                                   pura
                                    só resta a 
                                                      alguns
                                           pois que só a 
                                                       alguns 
                                                lhes sobrou um 
                                                        coração
                                          ambivalente
                                                                 cheio de razão
                                                                         afogado em sonhos!



Irrealidades 
                                                                                                                             intermináveis
                                                                                                                que fazem 
                                                                                                    da busca 
                                                                                              impossível 
                                                                            real
                                                                                                numa única fuga possível
                                                                           para o fim de tudo!


CFV



segunda-feira, 16 de março de 2015

Em vez de olhos SONHOS

Em vez de unhas
que cravam a pele
de dores e frustrações
LUME que as escreva
a cinzas
e que ardam
as falsas ilusões

Em vez de mãos
que agarram e aprisionam vontades
LABAREDAS que as desenhem
a cores vivas e quentes
e talvez assim
este frio que gela
num enorme vazio
possa terminar

Em vez de braços
que se fecham num nada
ASAS abertas
que levem a distância
que batam a saudade
num abraço sempre pronto a voar

Em vez de olhos
SONHOS
que olhem com esperança
que devolvam a fé
esse último reduto
que já só se arrasta
pelos pés de uma humanidade
cada vez menos humana!

Ambas em morte lenta!
Ambas sem verdade!

Em vez de mim de ti e de nós
o HORIZONTE de ser onde quisesse
de ter o longe e o perto
e o infinitamente certo!


CFV





domingo, 8 de março de 2015

Não te vi já por aí?

Sinto falta da saudade
do desejo e da vontade
do abraço apertado
do olhar vidrado
do sorriso afetado
do pensamento perdido
em mim!
Resultado de imagem para TU
Não te sei ainda
se já te olhei
não o sei
não te reconheci...

Não te vi já por aí?

É que é em ti
que me vejo a morrer
a cada fim de dia!
É só nesse regaço
que todas as noites
me vejo renascer!
É no teu abraço
que escolho repousar
os meus cansaços,
fechar os olhos
para aí permanecer
certa, completa, segura
porque só podes ser tu
o escuro que me seduz
e a luz que me procura!

CFV




Somos mulheres

Um dia a relembrar mil lutas
de limpar lágrimas e suores
umas ganhas e outras perdidas
sem perder a esperança
de desfazer os nós
que o medo teimou e atou!

Somos TODAS mulheres- poetas
porque mesmo na dor
conseguimos escrever AMOR...
Somos TODAS completas
porque no muito que nos pode faltar
ainda nos sobra tanto para dar...
Somos mães, filhas, família, amigas
somos coração marcado pelos sorrisos
de quem nos sabe encontrar!

CFV








segunda-feira, 2 de março de 2015

Silêncio nas palavras

O silêncio nas palavras
é sempre o que derruba
o que acaba
o que se sonhou tanto
o que por uma vez
 queríamos ser...

É uma porta
que logo depois de se fechar
desaparece
como se no seu lugar
ali estivesse desde sempre uma parede...

É de uma solidez
intransponível
alta demais
para se poder sonhar...

Mata lentamente o olhar
que só queria tentar
ver o lado de lá...

Afoga-nos os sons
que cresceram da alma
até chegarem à garganta
quase a gritar...

Mas uma e outra vez
o maldito silêncio
mergulha-nos no escuro
até restar apenas um sussurro
quase inaudível!

CFV




Aperto

Do nada E em tudo Sentes o fim de um tempo E o futuro no presente... O que virá? Quando e como será? Fica ali aquele nó na garganta Um burbu...