domingo, 31 de maio de 2015

Esta é a minha estrada

Entre mundos que me cercam
resisto eu
incerta do que sou
feita tantas e tantas vezes
do que não chegou...
Insisto eu
nas perguntas sem resposta
no tempo ambíguo
que, urgente, trilho sem pressas...

Digo eu!
Mas pouco sei desses mundos invasivos
e do meu só o sei dividido
entre o tudo ou nada
entre o que é
e o que se sonhou...

Mas mesmo perdido
no meu mundo
não entram outros...
que para vazios,
chegam-me os meus
que para inquiridos,
bastam-me as inquietações
que me nascem e morrem
em cada alma que me desfaz
a cada voz que calo ou grito!

Posso ser partida
mas não sou mentira
posso ser sozinha
mas não sou corrompida
posso ser errada,
(posso não, sou!)
Mas esta é a minha estrada
perfeita para me perder
curvada só por crer
as pedras, são castelos erigidos,
minhas,
entre sonhos e castigos,
meus,
entre o ir ou não ir,
verdades
de um mundo só meu
que é tão somente a minha morada!

CFV





domingo, 24 de maio de 2015

Palavras malditas

As palavras rebentam
num grito impotente
num momento incontrolável
porque o mundo
à tua volta
está tão doente...

Quebram o silêncio
murmuram-te torturas
calam agruras
e olhares intratáveis
que mesmo
podendo ser fugazes
te espetam certeiros
como facas cegas
atiradas com pontaria!

Ao desbarato
a bradar ridículos
ecoam num infinito,
usadas como armas
atacam vazias
as palavras malditas!

Perduram na alma
inquietam as mãos
e devolvem injustiças
quando na boca
moram venenos
dignos de uma língua viperina!

Era calá-las
amordaçá-las
até virarem
moribundas
em agonia
solidão...

Só que Não!!!

Gritam-te dias e dias a fio
palavras que espelham almas
empertigadas
de razões personificadas
em maldades egoístas
que só trazem infelicidades!

CFV






domingo, 17 de maio de 2015

Loucura ou insanidade?

Há loucura
mas também
insanidade...

É a linha ténue
entre o sonho
que te mantém acordado
num mundo de olhos fechados
e a morte que te apaga
por excesso de realidade!

É o pouco que nos resta
entre o muito que não presta!

E lá estás tu, sempre,
nesse instante,
no meio,
entre o sim e o não
o ir ou ... não,
constante
mente
sem querer decidir
e é aí
que te chega a decisão
que não tomaste
e é aí
que te bate mais um erro
simplesmente porque deixaste!

O quadro completo
chega sempre
só amanhã
até lá
ficas sem ar
sem te entender
sentes-te a perder...
E depois, será tarde demais?
E aí, será loucura ou insanidade?

CFV








sábado, 9 de maio de 2015

E depois de agora?




O sonho para lá da imensidão
Que aguarda incerto...
A coragem 
O nunca mais olhar para trás
Fazem se para lá 
Com o cá no coração!...

(In) certezas nunca são demais!!

CFV

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Devaneios

Psicadélico!
O mundo que saiu de dentro
do próprio mundo...
mundo sem mundo...

Psicótico!
A estrada que fica para trás
tapete sem fim
de uma vida que já não lembra o início!

Ironia!
Realidade que te acorda
e te abre os olhos parados
fixados num nada
também ele sem nada!

Sarcasmo!
Objetos com vida
às riscas e pirilampos
que piscam
numa reta a perder de vista
e de súbito avistas-te
num circulo
e cais redondo
numa redundância de 360º...

Realidade sarcástica
que te bate
num flash
pois,
o que  podia ser mas não é
é fatalmente melhor do que o que poderia ser!

Hipérbole!
Querer ser poeta da loucura
humanista da humanidade robotizada
tudo o que se é sem nunca o chegar a ser!

Eufemismo!
uma vida sempre e para sempre sentida
uma alma que sonha
um dia mostrar a calma
num mundo incontido...

Sina!
nascer-se num barco para sempre à deriva
sem margens
sem compaixão
só com a verdade
e a bem ou mal
haverá algures uma foz...

Catarse!
Um fim há muito anunciado
um percurso só de ida
imparável
decidido
mas nunca esquecido!

CFV

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Viagens simétricas em distâncias alucinogénicas

E zás,
subitamente
saltas de uma roda
para uma recta súbita
e longa,
que corre, corre
sem parar...
sempre prá frente...
só...
formas simétricas
e tu numa única recta...
não vês mais nada
não desvias o olhar
não cais no risco
de te encontrar...

Shiuuuuuu!

Segue a linha
segue em frente
olha bem pró fundo
simetria absoluta...

Não esperes
desespera
que momento ,
após o momento
de minutos
que são horas
mas nunca segundos,
só te deixa ver
o que te permites procurar...

Não te é permitido voar???

Fica escuro, não sentes?
Dói muito, não bate?...
Sentes agora... não é?
E não vias?
Vês agora?
O que te servia ?
Se não passava de Nada,..

Suspiras ou suspiravas?

Não te servia
porque não te pertencia...
simples...assim...
E ainda pensas que podia ser que sim?

Ingénua...ou pura?
ou só despida do que te bate na cara
qual chapada
qual palavra mal dada?
Nua e insegura de um mundo perdido
onde o nada é, de súbito ,
demais...

Mas se nada foi tudo o que conseguiste...

E assim, num estalar de dedos
ficas ainda em menos
e só te restam as dores do mundo
que ecoam dentro da cabeça
e dentro do peito num som profundo
como tambor ritmado
entre interjeições que só têm
direito a terminações
e iludem uma dor diminuída
que soa a ais e uis...
a ver se escondem palavras imundas
espelhos de sentidos vãos
tudo reduzido
a setas que saem disparadas
de bocas mais que culpadas
vindas de braços dormentes
armas doídas em línguas
que nunca saborearam
suculentas e viciantes entradas
e jamais sonharão com o néctar
que traz divindades prontas a desfazerem-se
entre uma gargalhada e uma lágrima
numa prece murmurada
com todo o sal de uma vida
vivida,
estranhada antes, sempre antes
e entranhada, depois, sempre depois,
percorrida em absoluto!!

Honrada?
Palavra inventada ou sonhada!
Verdade?
Utopia só proclamada!
Gente?
Criaturas!
Pobres criaturas...
demasiado reais
proporcionais
mundanas
e sem voz
mudas e sem fundo
robots a ordenar
a eterna confusão...

CFV



domingo, 3 de maio de 2015

MÃE



Palavra de todos os dias
que só uma Mãe conseguirá sentir
que só uma Mãe saberá sorrir!
É dela o Sentimento de AMOR MAIOR
foi nela que a coragem do mundo nasceu
é dela a força nascida
de um ventre que nunca seca
de um regaço feito de paz e calor
de silêncios calmos
de embalar lágrimas
e num único abraço
só ela sabe devolver sentidos
tantas e tantas vezes perdidos!
Ainda não há palavras
inventadas que te mereçam
as outras foste tu que as criaste
ecos de alma imensa
que refletem tudo o que és!
Não há distância
só saudade
o tempo é nosso
o teu olhar é o meu
o meu coração é o teu
bate para a vida
em uníssono
cheio, a transbordar
desse amor de MÃE!
CFV

Aperto

Do nada E em tudo Sentes o fim de um tempo E o futuro no presente... O que virá? Quando e como será? Fica ali aquele nó na garganta Um burbu...