Não descobriste nada,
não te enganes!
Porque nada
é linear!
Porque não existe
o absoluto na vida
e a única linha reta é
a dúvida constante,
o questionamento inquietante!
Olha!
hoje a lua brilha
redonda
definida...
impossível
não olhar
impossível de ali estar
porque à volta há todo um céu
de nuvens a pairar
sem estrelas
sequer a espreitar
sem brechas que te possam dizer
que amanhã haverá sol por lá a brilhar...
e no entanto
ela, ali está,
a inspirar
a acompanhar
e a derrubar
todas as probabilidades!
Lembrei me de ti
que não é mais do que me lembrar,
sem esquecer, toda uma humanidade
que se esquece,
teimosamente,
teimosamente,
que a vida tem
muitas surpresas para dar...
muitas surpresas para dar...
que no meio do nada
pode haver tudo,
que pela escuridão
pode existir,
tal como o próprio verbo transmite,
vida...
vida...
e, se ainda não chegar,
poderá também haver uma luz
desmedida
desmedida
num luar
que jamais faria crer
pelas certezas ou pelas dúvidas...
e é aí que tens de te olhar
a ti, neste único luar que,
para sempre.
haverão questões
mas que,
sempre que assim queiras ver,
serão elas que nos farão
levantar
levantar
e continuar
e acreditar
no que te quiseram fazer crer
como impossível...
É mentira!!
Olha-a a brilhar
no breu de uma noite improvável!
no breu de uma noite improvável!
Basta querer
e ver
e ser
sem perderes o propósito
que nos fez vir aqui bater...
Não registo esta lua
numa fotografia merecida
em que,
contra todas as nuvens ,
contra todas as nuvens ,
ela ali está, a brilhar
só para quem quis olhar
e perceber
que há mais
que há mais
mesmo que esteja escondido
em improbabilidades vencidas,
num mundo que mais não é
do que o que convém
tantas vezes ser perdido!
tantas vezes ser perdido!
CFV
