imaginar a cada tecla
uma nota de música
numa inspiração
que se junta num dó ré mi...
E faz -me a tua musa
aquece -me com o teu sol
e não me faças gritar dós...
que dentro desta sinfonia
que é a minha vida
já gritam demasiados desamores
numa cadência de mi mi mi´s
que parecem habitar em mim
como rituais que viraram torpores
e prisões que lutam para cair
numa última tentativa de liberdade
que teima tantas e tantas vezes em sair
por aí, senhora de si
mas que não passa de um grito mudo
com um ritmo a desafinar
entre agudos e graves
num desespero sem idade
sem rei nem roque
à espera do acaso e da sorte
de uma guitarra
que a paute
numa escala de notas
soltas e intensas
como a vida devia ser
como a música deveria permanecer...
as duas numa só
num sol e dó a pedir rés e mi´s
cheias de fá e de lá
que por cá
só si´s tão cheios de si
que só dá dó!
CFV
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