quinta-feira, 28 de abril de 2016

Da minha varanda

À minha varanda chega o horizonte
feito de cheiros e cores...
Da minha varanda começam e acabam os dias
de olhos postos nessa linha indefinida
que tanto aqui começa
como aqui acaba!

O horizonte começa na minha varanda
com um olhar só
e tudo em mim
se confunde
com o lá
que estranhamente
me traz de volta para cá!

Voo entre mil sóis
encontro outras tantas luas
e perdida me encontro
entre o cá e o lá
ou lá e cá.. já não me sei!

Sei, sim,
que é essa linha invisível
que me traz num para sempre dividida
numa eterna saudade
construída em memórias
que permanecem vívidas
destruída em histórias vividas
amainada pelas conquistas doídas
e endiabrada pelas ilusões
que acabaram em mil perdões!

Neste olhar longínquo...
o presente continua a bater-me no peito
a fazer o pouco de mim
um pouco de gente!

Nele cresce o horizonte de uma varanda suspensa
que me perpassa a alma
ou o pouco do que dela restou,
que há muito se afogou
neste mar que vive e morre em mim
ao sabor de marés e luas
de dias e noites que luzem
o lá e o cá!!

CFV


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