segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Desculpem..o raio...

Desculpem lá,
se não consigo disfarçar
se não consigo compactuar
nem fazer parte desta parte que me calhou...
Desculpem lá,
se em mim ainda há voz
que levanta quando ouve o gargalhar
do sorriso hipócrita
da fraqueza que fortalece
a cada obediência cega!
Desculpem lá, se não correspondo
se não me adequo...
é que há medidas muito mal medidas!

Simplesmente,
não nasci para ti, ó mundo doente!
Não queiras de mim o que não sabes dar!

As minhas expectativas vão para além
de gentes fracas e dementes!
O "...não vou por aí..."
já há muito que fez sentido por aqui
"... eu sou a que no mundo anda perdida..."
pois recuso-me a um mundo vazio
recuso vestir o que não me serve
recuso aceitar ser o que os outros querem!
Os meus papéis, sou eu que os escolho
a minha vida é por mim definida
as minhas verdades são por mim construídas
e também serão por mim desmentidas!
Porque em mim não há máscaras!

E já agora, desculpem o raio...que vos parta!
mundo de gente
vendida,
pequenina
sem rumo
sem vontade
sem verdade
sem saber lutar
sem saber dar...
gente que chegará ao fim do caminho
sem ter deixado sequer pegadas...
Gente invisível e, no fim, esquecida!
Desculpem-se a vocês próprios
quando olharem para trás
e perceberem que não existiram!

CFV



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