sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Distante (mente) perto

Sabias que nem toda a distância do mundo
me afasta de ti?
Só morre em mim a pouca luz que me guia...
Ficas sempre, figura imóvel, de sorriso no olhar
de braços cruzados, como que a espreitar...
Sabias que já fechei os olhos, vezes sem conta, 
desde que entraste na minha vida
na esperança de não te precisar
e decidida,
digo de mim para mim, com muita força
que não preciso de ti..., não preciso de ti... não preciso de ti!
Os dias correm, sem parar
o coração bate sem tempo para pensar
e a cabeça ocupada, permanece quieta...
Parece ter dado certo...
penso sem me prolongar no tempo
que talvez já sejas memória,
transformada numa bela história...

E a distância mantém-se, 
mas inesperadamente
a tua figura em forma de sorriso assalta-me...

Mentira, tudo mentira...
eu preciso de ti
diz me cada músculo tenso do meu corpo
materializado no meu olhar
preso ao teu,
a inundar-se e a enrolar-se a cada lágrima!

E é sempre assim
eu já devia saber...
Esfumas-te, mas nunca desapareces,
e voltas forte na minha cabeça
o coração acelera 
e não percebe porque de repente estás ali
como se nunca tivesses saído...
E é sempre assim
eu já devia saber...
E mais uma vez
aproximam-se dias 
taciturnos
fora do que sou
permanentemente em ti...

E como sempre
quando surges assim
subitamente
em forma de pensamento
de alguma forma
chegas até mim...

Estranho prenúncio repetido!

As palavras que me deixas,
vagas
cortantes
acusadoras
deixam- me mais um nó
a borbulhar do estômago ao cérebro
e engulo em seco
mas não passa
porque há mais um nó
que ficou preso na garganta...
Só o coração consegue discernir
porque ainda o fazes sentir...
vira pedra porque tem de te olhar
desta forma tão vazia e injusta
quando já fomos cheios
de vontade
esperança e



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