Afinal não ganhei o euromilhões!
Afinal aqui estou eu de volta ao único sítio que não queria voltar!
Sei que, me cabe a mim e só a mim, procurar alternativas! E sei, no fundo, que só empurrados, a maioria de nós, consegue lançar-se noutra aventura..talvez, no fim disto tudo, perceba que foi por isso que, esta minha etapa, teve lugar na minha vida!
Não me recordo de uma viagem que tenha doído tanto, como a de janeiro deste ano...
Gestos que se repetem, já há muitas despedidas:
os abraços e os beijos enrolados em lágrimas que já nem se tentam disfarçar... já não dá...correm cara abaixo quando se olha para trás...
Olha-se, com vontade de fugir, primeiro de um autocarro que me faz despedir dos lugares de sempre da minha vida.. depois de um avião, com vontade de o perder, que me levará onde sei que morro todos os dias!
E já cá, sem surpresa, sei ao que venho:
uma longa espera...
dias que me alentam apenas pelos meus alunos...
noites que me doem pela saudade que aumenta nesta colina ventosa e silenciosa!
E não é porque não sei viver longe da minha terra e das minhas pessoas, não!
Aliás, voltar para eles e sentir o cheiro dos lugares comuns de uma vida, é a coisa mais fantástica que se pode sentir!
O que custa sem deixar de doer, é esperar aqui, neste lugar sem luz própria, rodeada de vazio e por mais que me esforce, não há maneira de me sentir viva...
Tento, olhando e percorrendo este espaço, com uma paisagem brutal, é certo, mas não me consigo encontrar...perscruto cada canto, olho, sempre de novo, o mar revolto de um azul brilhante, à procura de mim e de finalmente me sentir daqui...mas não!
Não me sinto feliz... É isso!
E eu preciso dessa felicidade que sempre foi minha, muito minha e que me dava a certeza de que iria conseguir onde quer que fosse, era assim que sabia, no mais fundo de mim, mesmo quando tudo parecia desmoronar à minha volta, que iria até ao fim...
É que não sei percorrer caminhos que ficam a meio...e aqui...pela primeira vez desisti... fiquei a meio de um caminho, por cansaço, por nós no estômago, por me sentir inerte, uma morta-viva, que não vive... apenas espera...cada vez mais perdida!
Não sei quem sou...deixei de o saber!
Não sei por onde vou... mas preciso de viver!
Não sei como sair deste longo emaranhado em que se tornaram os meus dias e noites...
interminavelmente sós...
Tempo de mudar...
Chegará a tempo... antes que me perca ...de mim?
CFV
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