sábado, 17 de janeiro de 2015

Submersa


Afogada em mim
dentro do que não sei se sou
e sem saber o que posso ser

Emaranhada dentro
do que não sei quem sou
sem, ao certo, entender
quem, realmente, quero ser

Flutuo numa vida
que chamam minha
mas que desde sempre
duvidei

Talvez por ser cega
de tanta escuridão
e que, de tempos a tempos,
me deixa parada
de pensamentos
congelados

Talvez porque, desde sempre,
a recusei
e de instante a instante
a sinto fugida
distante
ou escondida
mas, decerto,
perdida de mim

Restam-me as mil almas
pois, que de uma
se fizeram
em mil estilhaços
e que, assim, me habitam
em pedaços

Resta-me a espera
que, se agora também ela me aparece destruída,
possa um dia ser desconstruída
e possa, aí, acordar inteira
certa do que sou
e para onde vou
possa aí
acordar dentro da minha própria vida!

CFV






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